Resenha por: Kátia Vieira
Título: Deusesde Dois Mundos - Trilogia
Autor(a): PJ Pereira
Editora:Da Boa Prosa
Gênero:Ficção
Páginas: 834 (os três volumes)
Compre e Compre: Saraiva
Nota:
Olá Leitores Faces!
Demorei, mas voltei com uma super-resenha. A demora justifica-se, pois não vamos falar de apenas um livro hoje, mas de três – Trilogia Deuses de Dois Mundos.
Antes de iniciar a conversa gostaria de dizer que todos os comentários que vocês fazem são lidos e respondidos por mim, posso demorar um pouquinho, mas respondo tudo. Para nós, resenhistas, é muito importante saber o que vocês estão achando dos textos que publicamos. A ideia não é convencê-los de ler este ou aquele livro, mas apresentar uma apreciação das obras para que vocês possam decidir no que vale a pena investir tempo e dinheiro, de acordo com o gosto de cada um. Por isso, voltem para olhar a resposta, opinem sempre, isso é muito importante para que possamos manter a qualidade do nosso trabalho.
Deuses de Dois Mundos ou carinhosamente chamado por #DDM pelos seus seguidores é um livro que encanta pelos bastidores. Vou explicar por quê. Conheci o livro através do Book Trailler http://www.facesdaleitura.com.br/2015/09/book-trailler-deuses-de-dois-mundos.html lançado à época no programa Navegador da Globo News. Meu marido que é capoeirista e estudioso da cultura africana ficou enlouquecido e assim que o livro saiu nas livrarias compramos. Nunca tinha visto meu marido acabar um livro em menos de dois dias, ele ficou completamente aficionado, não tirava da mão, terminou a leitura chocado e embevecido, eu olhava todo aquele movimento com curiosidade. O mesmo aconteceu com o segundo e o terceiro livro. Ele leu tudo numa velocidade impressionante e terminava arrebatado pelo conteúdo.
Deuses de Dois Mundos ou carinhosamente chamado por #DDM pelos seus seguidores é um livro que encanta pelos bastidores. Vou explicar por quê. Conheci o livro através do Book Trailler http://www.facesdaleitura.com.br/2015/09/book-trailler-deuses-de-dois-mundos.html lançado à época no programa Navegador da Globo News. Meu marido que é capoeirista e estudioso da cultura africana ficou enlouquecido e assim que o livro saiu nas livrarias compramos. Nunca tinha visto meu marido acabar um livro em menos de dois dias, ele ficou completamente aficionado, não tirava da mão, terminou a leitura chocado e embevecido, eu olhava todo aquele movimento com curiosidade. O mesmo aconteceu com o segundo e o terceiro livro. Ele leu tudo numa velocidade impressionante e terminava arrebatado pelo conteúdo.
Fui criada em colégio de freiras e sempre escutei dentro da minha casa comentários maldosos acerca das religiões de matrizes africanas e seus costumes. Cresci com medo de qualquer coisa que passasse perto disso, mas ao casar com um capoeirista fui conhecendo melhor as lendas e mitos, e o medo foi se diluindo, embora ainda existisse certo “ressabiamento”. Ressabiamento este que também levou o autor PJ Pereira a conhecer mais sobre o assunto. O livro é a conclusão de 15 anos de pesquisa de PJ sobre o tema. Pesquisa esta que surgiu por conta do preconceito e do medo, mas este processo eu não vou contar é ele mesmo que conta lá no DDM.
Acabei de ler o terceiro volume a pouco e ainda estou impactada com a história, mesmo este terceiro volume não sendo o meu predileto. Foi inevitável os aplausos ao final da leitura e o pensamento de como uma coisa tão incrível pode surgir da imaginação de uma pessoa. Sinceramente, não sei.
A trama se inicia com o silêncio dos búzios. Em uma época distante, na ancestralidade, numa aldeia iorubá o adivinho Orunmilá não consegue mais ler o destino no jogo de búzios. Desde que era jovem e recebeu este dom sobre a leitura do destino respostas nunca haviam lhe faltado. Quando jogava, no Orum (mundo espiritual), os 16 príncipes do destino contavam à Ifá o desenrolar da questão e este repassava a Orunmilá. A partir daí conseguia-se decidir que atitude tomar, qual sacrifício ou oferenda fazer para a resolução. Mas os odus (príncipes do destino) emudeceram para ele e todos os adivinhos.
Descobre-se o porquê do silêncio dos instrumentos, não é defeito, mas sim uma artimanha das poderosas Iá Min Oxorongá, um grupo de feiticeiras que queriam impor suas vontades e tomar os poderes dos orixás. O jogo é silenciado pois elas fizeram algo com os 16 odus e agora o tempo é o principal adversário de Orunmilá, pois caso demore muito o axé (energia) se esvaecerá e elas, as feiticeiras dominaram o destino dos homens.
O velho babalaô parte com sua filha Oxum numa corrida contra o tempo. Eles precisam saber o que aconteceu com cada odu. Sempre contando com a agilidade e as sapequices de Exu, o menino mensageiro, fiel escudeiro de Orunmilá. A ideia é recrutar guerreiros pelo caminho que possam ajudá-los nesta empreitada. Essa foi a parte do livro mais interessante para mim. Vão chegando de um a um a partir de diferentes situações os jovens: Ogum, Xangô, Oxóssi, Iansã, Obá. Cada um destes personagens chega ao livro carregado de simbolismo e beleza. Note que não falamos aqui a palavra orixá, pois eles ainda não o são, esta transformação acontece mais a frente, novamente um a um.
Paralelo a isso, no Aiê (mundo real, Terra) um jornalista chamado Newton Fernandes, mais conhecido como New é recrutado pelo Orum para colaborar na questão do desaparecimento dos odus. Sua vida começa a mudar, ele começa a conseguir fama, ascensão social. Comunica-se virtualmente com alguém para obter instruções do que fazer, primeiro por e-mail, depois por um blog, mas ele não se contém e comete um deslize, fatal para o seu destino e sua história.
O terceiro livro traz a tona a questão do feminino, a provocativa questão do porquê a leitura do destino ser um atributo exclusivo dos homens. PJ levanta a discussão do feminismo e das lutas feministas trazendo esta temática para livro. Por que a maioria das religiões tem seus ritos proferidos por homens?Não seria interessante dividir este poder com as mulheres? A “briga”, então, são das energias masculinas e femininas.
A história desenrola-se em dois mundos, aqui e lá, tudo cheio de simbolismos, significados numa trama incrivelmente bem escrita. E o final,...desculpe, não posso nem pensar em dar pistas a vocês, mas garanto que é surpreendente.
Eu, hoje, interesso-me a ler mais sobre o assunto. O medo e o ressabiamento com as religiões de matriz africana foram embora e no lugar brotou encantamento e respeito. Sou negra e agradeço ao PJ por ter me propiciado uma viagem ao encontro da minha ancestralidade.
Os livros contam com prefácio e posfácio de pessoas como: Reginaldo Prandi (Professor Doutor da Universidade São Paulo – USP, autor de “Mitologia dos Orixás”), Arthur Veríssimo (apresentador do programa “Na Fé”) e Marcelo Tas. Os direitos já foram vendidos para Hollywood e pode ser que tenhamos novidades cinematográficas em 2017. Não é a toa que #DDM coleciona uma legião de fãs enlouquecidos, se quiser saber mais:
Beijos
Kátia Vieira
Oiee!!
ResponderExcluirNão conhecia a trilogia e achei a temática bem diferente!!
Fiquei curiosa!!
Nunca li nada que abordasse a religião africana!!
Amei as capa, vou dar uma chance com certeza!!
ótima resenha!!
Beijos
Oi Suzi!
ExcluirQue legal que você se animou em ler, depois volte para nos contar.
Existem os Book Traillers do livro 1 e 3, eles estão em postagens mais antigas, se não achar aqui entre na página da trilogia (endereço ao final da resenha) tenho certeza que você vai adorar.
Obrigada por opinar
Beijos
Tania lindona menina que tema interessante abordado nessa trilogia hein, adorei as capas e estou muito curiosa ainda mais com um final surpreendente. Concordo com você a importância da opinião dos leitores. Amei a resenha. beijos
ResponderExcluirJoyce
www.livrosencantos.com
Olá Joyce!
ExcluirObrigada por sua participação!
Só uma observação, querida. Quem escreveu esta resenha sou eu Kátia, humilde colaboradora do blog da Taninha.
Então, menina, o tema é interessante mesmo.
Caso leia volte para nos contar
Fico muito feliz que tenha gostado.
Beijos
Embora você tenha se encantado, seu marido tenha se encantado, o autor tenha pesquisado tanto para escrever, e os direitos já tenham até sido vendidos para Hollywood, simplesmente não tenho curiosidade de ler. Nunca ouvi comentário de nenhum tipo de pessoas próximas sobre religiões de matrizes africanas, só não é um tema que me atraia mesmo. Que bom que os livros geraram em você esse encantamento e respeito, mas não leria.
ResponderExcluirBeijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Oi Ju!
ExcluirClaro! É sua opinião! O que seria do azul se todos gostassem do vermelho, não é mesmo?
Quem sabe a próxima resenha lhe agrade.
Gosta de Chico Buarque?
Se sim, fique atenta que já, já ele pinta por aqui
Beijinhos
Oi... apesar de todos os pontos positivos citados, não tenho interesse na trilogia... até porque a origem africana nunca foi algo que eu busquei... apesar de ter dançado muito em um grupo de dança quando era adolescente, mas meu interesse era só pela dana e ponto... eu acho a dança muito bonita e a batida também, mas os livros não me remetem curiosidade... mas que bom que gostou tanto... é muito bom quando a leitura de um livro nos prende e nos preenche desta forma que aconteceu com vc e seu esposo... Xero!
ResponderExcluirOlá Diana!
ExcluirPois é, falou bem, muito bom quando um livro faz esta maravilha conosco.
Agradeço a sua participação e espero que continue nos acompanhando.
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
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